Achados Econômicos

Grandes empresas gastam R$ 5 milhões para reter executivos após fusões

Sílvio Guedes Crespo

As fusões e aquisições de empresas, que costumam provocar medo e apreensão em muitos funcionários, acabam sendo, também, uma oportunidade para um punhado de profissionais ganharem uma bolada, como aponta um estudo da consultoria Mercer.

Nas transações que envolvem valores acima de US$ 1 bilhão, as companhias têm destinado cerca de 0,25% desse valor (US$ 2,5 milhões, o que dá mais de R$ 5 milhões, pela cotação atual) em bônus para tentar reter os profissionais que consideram importantes.

Em operações menores, de até US$ 100 milhões, a proporção gasta para reter talentos é maior, ficando em torno de 2% desse valor (US$ 2 milhões, ou cerca de R$ 4 milhões).

Esse é o dinheiro gasto unicamente para evitar que os executivos considerados essenciais deixem a companhia antes de completar a fase de transição, sem contar possíveis aumentos no salário base e promoções.

Os valores se referem ao que é pago ao conjunto dos profissionais considerados importantes, e não a cada um deles.

A quantia que cada empregado recebe individualmente não foi divulgada. Porém, a pesquisa informa que os bônus para os profissionais considerados essenciais para o sucesso de longo prazo do negócio equivalem a nove vezes o salário mensal deles.

Este é o nível mediano dos bônus pagos a esses funcionários, mas há quem gaste mais para reter talentos. Um quarto das empresas pesquisadas ofereceu a eles mais de 15 salários no período pesquisado, normalmente (em 71% dos casos) pagos em até duas vezes.

Os bônus altos se explicam justamente por causa do clima de insegurança gerado nos processos de fusão ou aquisição. “Os prêmios devem ser grandes o suficiente para dissuadir os participantes de buscar outras oportunidades, ante a incerteza e a percepção de risco relacionadas aos seus empregos e carreiras”, disse a consultoria em relatório.