Desemprego na Europa faz até 33% aceitarem trabalho inferior à formação
Sílvio Guedes Crespo
O alto desemprego na Europa tem feito com que cada vez mais profissionais aceitem funções que exigem menos do que eles poderiam contribuir, segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado na semana passada.
Dependendo da metodologia usada para definir a qualificação do trabalhador e o nível exigido pelo empregador, o número de pessoas mais qualificadas do que o necessário varia entre 10% e 33% da população ocupada.
Segundo a OIT, esse problema tem crescido mais entre os jovens (15 a 24 anos). Ao mesmo tempo, a taxa de pessoas menos qualificadas do que a empresa gostaria, um problema antigo na Europa, tem diminuído e está atualmente em 20% do total de empregados.
Assim como o trabalhador despreparado, o qualificado demais também representa um problema não só para ele mesmo como também para o empregador.
Eles ganham menos do que os seus pares que estão alocados adequadamente e estão menos satisfeitos. Como consequência, afirma o estudo da OIT, os preparados demais costumam ter um “comprometimento limitado com o trabalho” e muitas vezes estão à procura de um novo emprego.