Renda do trabalhador cresce no menor ritmo desde 2004
Sílvio Guedes Crespo
Texto atualizado às 10h50 (acrescentado trecho sobre trabalho formal)
A renda da população ocupada continua crescendo acima da inflação, mas o ritmo de alta teve uma forte desaceleração no início deste ano.
Nos quatro primeiros meses de 2013, o rendimento dos trabalhadores subiu a um ritmo de 2% ao ano, metade do verificado em 2012 (alta de 4,3%) e o menor nível desde 2004, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
É um ponto positivo que a renda ainda esteja subindo em um momento de PIB (produto interno bruto) fraco. Aliás, dois outros importantes indicadores do mercado de trabalho continuam muito bem: a informalidade está diminuindo e o desemprego segue em nível baixo.
Mas esses números têm evoluído mais lentamente, o que gera dúvidas sobre a sustentabilidade desse quadro. Enquanto a economia não dá sinais seguros de que vai para frente ou para trás, os empresários hesitam. Não aumentam os investimentos, mas também não demitem.
Os economistas do mercado financeiro também se mostraram pouco convencidos de uma retomada. No início do ano, estimavam que o PIB cresceria 3,5% neste ano; agora, já reduziram a projeção para menos de 3%.
No exterior, no entanto, ainda há quem aposte no Brasil. Se não houvesse, a Petrobras não teria captado US$ 11 bilhões no mercado internacional com uma taxa de juros abaixo da esperada por analistas.
Não que eles estejam plenamente satisfeitos com o governo. Em artigos na imprensa, já manifestaram descontentamento com as intervenções do governo na economia. Mas ainda assim continuam com seus aportes no setor produtivo brasileiro. Eles trouxeram US$ 64,1 bilhões ao país nos últimos 12 meses, volume superior ao verificado um ano antes (US$ 63,8 bilhões), segundo o Banco Central.