Achados Econômicos

Remuneração de executivo sobe menos que salário mínimo e inflação

Sílvio Guedes Crespo

A remuneração dos profissionais que ocupam cargos de chefia em grandes empresas subiu apenas 4,3% em 2012, segundo uma pesquisa da consultoria Mercer.

Portanto, eles perderam poder de compra no período, uma vez que a inflação naquele ano foi de 5,84%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

De acordo com a pesquisa, os empregados pesquisados ganhavam em torno de R$ 211 mil por ano em 2011 e passaram a R$ 219 mil no ano seguinte.

Os números se referem à mediana da remuneração total (incluindo bônus) de chefes de departamento, de funções e profissionais especializados de grandes empresas.

No mesmo período, o salário mínimo aumentou de R$ 545 para R$ 622, uma alta de 14,1%.

Conforme mostra o gráfico abaixo, no entanto, mesmo tendo subido em um porcentual três vezes mais, o salário mínimo ainda representa uma pequena parte (4%) da remuneração dos executivos.

Para anualizar o salário mínimo, Achados Econômicos incluiu o décimo terceiro, o adicional de férias e os depósitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Acordos coletivos

Os números da Mercer indicam que os executivos de grandes empresas tiveram um aumento salarial menor do que os trabalhadores de setores onde há sindicatos fortes.

Segundo um levantamento recente do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 95% das negociações coletivas de salário tiveram reajuste acima da inflação em 2012 – portanto, acima do concedido a executivos.