Achados Econômicos

Pessoas mais ricas do mundo ganham meio PIB do Brasil em um ano

Sílvio Guedes Crespo

As 111 mil pessoas do planeta que possuem investimentos acima de US$ 30 milhões ganharam, em conjunto, US$ 1,6 trilhão no ano passado, o que equivale a mais da metade de tudo o que foi produzido naquele ano em um país como o Brasil.

Os números são de uma pesquisa da Capgemini sobre a evolução do patrimônio das pessoas mais ricas do mundo.

De acordo com o estudo, existem hoje 111 mil pessoas com mais de US$ 30 milhões em investimentos, grupo que os pesquisadores chamam de “ultra high net worth individuals” – indivíduos com riquezas líquidas ultra altas.

O patrimônio deles aumentou 10,9% no ano passado, passando de US$ 14,7 trilhões para os atuais US$ 16,3 trilhões. A riqueza somada desses milionários, portanto, aumentou em US$ 1,6 trilhão. Enquanto isso, o PIB (produto interno bruto) do Brasil foi de US$ 2,4 trilhões.

Para ser classificado nesse grupo, é necessário ter US$ 30 milhões líquidos em investimentos. Quem tem US$ 30 milhões, mas está devendo US$ 10 milhões, tem um patrimônio líquido de apenas US$ 20 milhões, e então não entra na lista dos 111 mil. Ainda, a casa onde a pessoa ou sua família mora não conta. Quem habita em um imóvel de US$ 30 milhões, mas só tem mais US$ 20 milhões em investimentos, também não consta do grupo.

Elite

Se consideradas todas as pessoas com mais de US$ 1 milhão investidos, elas são 12 milhões no mundo todo e possuem um patrimônio líquido de US$ 46,2 trilhões, segundo o estudo.

Essa elite mundial elevou suas posses em 2,6% no ano passado, enquanto o PIB mundial avançou apenas 1,6%, o que indica um aumento da concentração de riquezas.

Mais da metade desses 12 milhões estão nos Estados Unidos, no Japão e na Alemanha. No Brasil, há apenas 165 mil pessoas nessas condições, conforme indica o gráfico abaixo, extraído do estudo (clique para ampliar).

 

De acordo com os pesquisadores, a riqueza dessas pessoas aumentou por causa da recuperação dos mercados de ações em países ricos e também em emergentes asiáticos.

A Bolsa subiu 7% nos EUA e 27% na Alemanha. No Brasil, apesar do mau desempenho do mercado de ações, houve alta de 9,4% nos preços de imóveis, segundo a medição da Capgemini, o que compensou as perdas dos milionários na Bolsa.