Presidente de empresa brasileira ganha 65 vezes mais que baixo funcionário
Sílvio Guedes Crespo
Texto atualizado em 20/09 às 16h44*
Os presidentes de grandes empresas brasileiras – as de capital nacional, não as subsidiárias de companhias estrangeiras – ganham em média 65 vezes mais do que os funcionários do escalão mais baixo, segundo uma pesquisa recém divulgada da consultoria Mercer.
A remuneração anual do executivo-chefe atingiu, em 2013, a média de R$ 2,3 milhões por ano, incluindo o salário base e os incentivos de curto prazo, como bônus e participação no lucro. Se acrescentarmos também os incentivos de longo prazo (como opções de ações), os ganhos sobem para R$ 2,7 milhões. Já o cargos mais baixos pagam em torno de R$ 41 mil por ano.
Trata-se da maior diferença entre as grandes empresas que atuam no Brasil. Nas de capital europeu, o presidente ganha apenas 39 vezes mais que os baixos funcionários. Nas de origem asiática, a proporção é de 23 vezes.
A pesquisa consultou 446 empresas privadas com faturamento médio de US$ 1,25 bilhão por ano.
Ao contrário do que se poderia esperar, as empresas brasileiras que participaram da pesquisa pagam mais do que as estrangeiras para os baixos funcionários. Mas a distância entre o maior e o menor salário é mais dilatada porque as de capital nacional oferecem o dobro da remuneração aos seus presidentes.
Enquanto a empresa brasileira remunera o seu presidente com R$ 2,3 milhões anuais, a europeia paga R$ 1,1 milhão, e a asiática, R$ 777 mil.
* Correção: O salário da classe mais baixa de funcionários de empresas de capital nacional é de R$ 41 mil por ano, e não R$ 35 mil, como dizia incorretamente este texto.