Diferença entre exportações e importações cai à metade no governo Dilma
Sílvio Guedes Crespo
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O saldo da balança comercial do Brasil – diferença entre as exportações e as importações – caiu à metade nos três primeiros anos do governo Dilma Rousseff, em comparação com a média anual registrada nos dois mandatos do seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No ano passado, o valor ficou em apenas US$ 2,6 bilhões – inferior, portanto, aos US$ 19,4 bilhões de 2012 e aos US$ 29,8 bilhões de 2011. Com isso, nos três primeiros anos do governo Dilma, o resultado médio foi de US$ 17,3 bilhões.
Já nos oito anos de Lula, a balança comercial teve um superávit médio anual de US$ 32,5 bilhões, praticamente o dobro em comparação com o período Dilma. Nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, o saldo médio ficou negativo em US$ 1,1 bilhão.
Se considerarmos apenas os três primeiros anos de cada mandato presidencial, o saldo comercial ficou em US$ 34 bilhões no primeiro mandato de Lula e US$ 30 bilhões no segundo.
Com FHC, os valores foram de US$ 5,2 bilhões negativos no primeiro mandato e US$ 251 milhões positivos no segundo.
Nos três primeiros anos de Sarney, a média foi de US$ 10,7 bilhões. Nos três de Figueiredo, o saldo ficou negativo em US$ 1,5 bilhão.
Em porcentagem do PIB
É de se esperar que, conforme a economia de um país cresça, suas exportações e importações também avancem.
Dessa forma, quando se compara o saldo comercial atual entre períodos tão distantes uns dos outros, é preciso observar também o comportamento do PIB (produto interno bruto), conforme aponta o gráfico abaixo.
Como não foi divulgado ainda o PIB de 2013, usei a projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional), de US$ 2,2 trilhões. Nesse caso, o saldo de US$ 2,6 bilhões no ano passado equivaleu a 0,1% do PIB. A média no governo foi, até agora, de 0,72% do PIB.
Comparações
Com esta postagem, este blog inicia uma série de comparações dos indicadores econômicos por presidente da República.
De hoje até 27 de fevereiro, quando sai o PIB de 2013, você vai encontrar no Achados Econômicos um histórico dos principais indicadores, dividido por período presidencial.
Sabemos que os números macroeconômicos não devem ser a única nem a principal forma de mensurar a competência de um governante – até porque os resultados não dependem só deles, mas também de fatores internos e externos que estão fora de seu alcance.
Mesmo assim, Achados Econômicos fará as comparações por entender que os dados ajudam a dar uma ideia de quais foram os principais desafios de cada mandatário.
Abaixo, o saldo da balança comercial desde 1970.