Achados Econômicos

Preço de cuidados com animais de estimação chega a subir 80% em 5 anos

Sílvio Guedes Crespo

Banho em cachorro ficou 71% mais caro nos últimos 5 anos. Foto: Think Stock

Os cuidados com animais de estimação são mais um tipo de serviço que tem subindo muito acima da inflação nos últimos anos.

Um simples banho em um cachorro médio, por exemplo, aumentou 71% de dezembro de 2006 para o mesmo mês de 2012, conforme registrou a pesquisa Datacasa, elaborada pelo Datafolha, na Grande São Paulo. Já o banho em gato ficou 82% mais caro.

Veja abaixo a evolução dos preços com cuidados de animais. No período analisado, a inflação foi de 37%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.

SERVIÇODez/06 (preço em R$)Dez/12 (preço em R$)Variação (%)
Banho em gato173182,4
Banho comum em cachorro médio172970,6
Banho e tosa em cachorro médio, com máquina304653,3
Banho e tosa em cachorro médio, com tesoura406050,0
Veterinário (valor da consulta de um cachorro, sem medicamento e vacinação)568246,4

Impedir o avanço dos preços é hoje um dos principais desafios do governo. Atualmente, a inflação no Brasil é a sexta maior da América Latina, conforme observou o blog Achados Econômicos na semana passada. Em 2006, ano em que a inflação ficou em 3,14%, o país estava em 15º nesse ranking.

Apesar de os alimentos representarem uma importante ameaça de inflação, a alta está hoje generalizada. Três quartos dos produtos analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ficaram mais caros em janeiro.

Em parte, o custo de vida da classe média aumenta por causa dos ganhos reais dos trabalhadores de qualificação média. Serviços como os de pedreiro, pintor de parede, encanador, empregada doméstica, babá e motorista particular tendem mesmo a pesar mais para o empregador conforme a desigualdade social diminui.

Nas empresas, no entanto, o aumento da renda dos funcionários pode gerar perda da margem de lucro do proprietário ou reajuste dos preços dos produtos – ou um pouco de cada. Para evitar esse problema, os ganhos reais desses empregados poderiam ser acompanhados de aumento de produtividade. Por enquanto, isso não está ocorrendo.