Desempenho das empresas por trabalhador cresce mais que salários no setor de serviços
Sílvio Guedes Crespo
O setor de serviços no Brasil cresceu em número de trabalhadores e em salários pagos nos últimos anos, e nem por isso o ganho dos empregadores foi achatado. Ao contrário, a produtividade dos funcionários subiu, de modo que as empresas passaram a faturar mais.
Serviços no Brasil
R$ 1 trilhão
Foi a receita do setor em 2011
1,1 milhão
É o total de empresas do ramo
R$ 592 bilhões
É o valor adicionado à economia
11,4 milhões
De pessoas empregadas
R$ 203 bilhões
Em remuneração a trabalhadores
Os dados, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam que cada trabalhador do setor aumentou sua produção em 3,2% ao ano entre 2007 e 2011 (dado mais recente). Ao mesmo tempo, o salário médio subiu 2,8% ao ano.
A pesquisa define produtividade como o valor adicionado (valor que a empresa gera ao prestar um serviço) dividido pelo número de pessoas ocupadas.
O valor adicionado avançou 11,7% ao no período analisado, enquanto a população que trabalha no setor cresceu um pouco menos (8,2%), gerando ganho de produtividade.
Em números absolutos, os 11,4 milhões de trabalhadores do setor geraram R$ 592 bilhões em valor adicionado em 2011, de modo que, na média, cada um prestou serviços no valor de R$ 52 mil e recebeu uma remuneração anual de R$ 17,8 mil. Em 2007, cada profissional produziu o equivalente a R$ 46 mil e foi remunerado em R$ 16 mil.
A melhora do desempenho por trabalhador pode resultar de diversos fatores, como o investimento em máquinas e instrumentos de trabalho, o aumento do número de horas trabalhadas por pessoa ou à melhora da qualificação dos profissionais. O IBGE não especifica quais fatores seriam os responsáveis pelo crescimento da produtividade.
Os números, em sua maioria positivos, pintam um retrato mais animador do que outras notícias recentes sobre a economia brasileira. Isso ocorre por pelo menos dois motivos: primeiro, porque a pesquisa não traz os dados de 2012, quando o PIB (produto interno bruto) do país cresceu apenas 1%. Em segundo lugar, porque ela se refere apenas ao setor de serviços, que vem crescendo mais do que a indústria e do que a economia brasileira em geral.